Uma lenta transição no contexto português
Não obstante a falta de fiabilidade dos dados estatísticos dos Censos realizados entre o século XIX e o século XX, os diversos estudos apontam, consensualmente, para a lenta transição da sociedade portuguesa para um modo de vida assente na cultura escrita.
Os factores não são muito claros, mas algumas hipóteses explicativas são formuladas, nomeadamente:
_O atraso das sociedades cristãs relativamente às culturas protestantes que se demarcaram no campo da alfabetização; o que fará algum sentido se pensarem que os dogmas cristãos sempre serviram para controlar as populações e mantê-las sob um estádio de subdesenvolvimento e de servilismo.
_Aassociação de uma escolarização tardia das sociedades devido ao pobre investimento nos processos de alfabetização (o que poderá explicar a resistência à cultura escrita).
_A possibilidade de que a localização geográfica terá deixado Portugal na periferia dos grandes acontecimentos no Centro-Norte Europeu, contribuindo para um fraco desenvolvimento de uma sociedade enquanto potência económica e cultural.
Os factores não são muito claros, mas algumas hipóteses explicativas são formuladas, nomeadamente:
_O atraso das sociedades cristãs relativamente às culturas protestantes que se demarcaram no campo da alfabetização; o que fará algum sentido se pensarem que os dogmas cristãos sempre serviram para controlar as populações e mantê-las sob um estádio de subdesenvolvimento e de servilismo.
_Aassociação de uma escolarização tardia das sociedades devido ao pobre investimento nos processos de alfabetização (o que poderá explicar a resistência à cultura escrita).
_A possibilidade de que a localização geográfica terá deixado Portugal na periferia dos grandes acontecimentos no Centro-Norte Europeu, contribuindo para um fraco desenvolvimento de uma sociedade enquanto potência económica e cultural.
Não obstante os coloridos impulsos de alfabetização na 1ª República e os avanços e recuos registados entre o golpe militar de Maio de 1926 e a Revolução dos Cravos, a alfabetização e a escolarização em Portugal têm contornos assimétricos marcados ou pelo fraco investimento político ou pela resistência da população. Uma teia de factores estará na base de um Portugal provinciano que desvalorizava os saberes escolares, descontextualizados do seu quotidiano, resistindo à penetração da cultura escrita no seu dia-a-dia.
Obra em estudo: Literacia e Sociedade, Contribuições pluridisciplinares. Organização: Maria Raquel Delgado-Martins, Glória Ramalho, Armando Costa. Editorial Caminho, SA, Lisboa, 2000
A este propósito e outros, ler o que Fernando Pessoa dizia de Portugal, e já antes o querido Eça o dizia: provinciano é o melhor adjectivo que qualifica Portugal. Parece um estigma colada à nossa lusa pele.
ResponderEliminarBeijinho
Ainda não acabaram as férias neste blog?
ResponderEliminarOlá Lucy!
ResponderEliminarTenho estado a trabalhar num relatório de investigação e ausente destas paragens.
Volto à carga dentro em breve!
Um xi!
Olá Ema parece que essas férias do blog, ainda vão demorar!
ResponderEliminarMuito trabalho, não é? Mas vê lá se arranjas um tempinho, está muito interessante. Bjs